O novo pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia
Foi anunciado pela União Europeia, em 19 de setembro de 2025, o 19º pacote de sanções contra a Rússia, medida que foi concebida como resposta à continuidade da guerra na Ucrânia e às tentativas de Moscovo de contornar restrições já aplicadas. Foi decidido que as novas sanções seriam direcionadas a diversos setores estratégicos da economia russa, bem como a mecanismos de evasão utilizados pelo país através de terceiros Estados e entidades privadas. Dessa forma, foi confirmado que a pressão sobre o governo russo continuaria a ser intensificada, num esforço para reduzir a capacidade de financiamento do conflito.
Foram incluídas, nesse pacote, 118 embarcações russas, que passaram a ser oficialmente designadas como parte de uma “frota paralela” ou como facilitadoras das exportações energéticas de Moscovo. Por meio dessas classificações, foi estabelecida a proibição de resseguro para tais embarcações, medida que deverá dificultar o transporte de petróleo e derivados russos em mercados internacionais. Foi reconhecido que essas embarcações vinham sendo utilizadas para escapar a limitações anteriores, especialmente através de transferências marítimas em alto-mar.
Foi também reforçada a atenção da União Europeia sobre mecanismos financeiros alternativos utilizados pela Rússia. O sistema de cartões MIR, concebido como substituto ao Visa e Mastercard após a exclusão de bancos russos do sistema internacional de pagamentos, foi alvo de novas restrições. Além disso, foram impostas medidas contra o uso de criptomoedas e estruturas financeiras em países terceiros, que estavam a ser usadas para burlar sanções anteriores. Foi considerado que a repressão a esses métodos seria essencial para reduzir a capacidade do Kremlin de manter o fluxo de capitais.
Foram igualmente adicionados à lista de produtos proibidos para exportação à Rússia diversos químicos, componentes metálicos, sais e minérios, cuja utilização poderia ser direcionada à indústria bélica. Foi ampliada a vigilância sobre cadeias de fornecimento, tendo sido implementados controles de exportação mais rigorosos não apenas contra empresas localizadas na Rússia, mas também contra entidades instaladas em China e Índia, que estavam a ser suspeitas de colaborar com esquemas de desvio. Dessa forma, foram estendidas as responsabilidades a países que se beneficiavam indiretamente da situação.
O setor petroquímico e de refinação foi atingido de forma específica, uma vez que foram impostas sanções a refinarias, empresas de transporte e intermediários acusados de apoiar o fluxo de combustíveis russos para o mercado global. Foi avaliado que o impacto sobre este setor seria significativo, uma vez que as receitas energéticas permanecem como uma das principais fontes de financiamento da Rússia. Com a inclusão dessas medidas, foi procurado reduzir a margem de manobra de Moscovo no comércio de energia.
Os impactos esperados das novas sanções foram avaliados em diferentes dimensões. No campo econômico, foi previsto que a Rússia enfrentaria maiores dificuldades para sustentar sua balança comercial, visto que rotas alternativas de exportação e financiamento estavam a ser restringidas. Foi projetado que o custo de transporte marítimo de petróleo aumentaria, devido à limitação da frota paralela e à falta de cobertura de seguros. Foram previstos também danos à credibilidade internacional do sistema financeiro russo, uma vez que parceiros tradicionais passaram a ser monitorizados e, em alguns casos, sancionados.
No cenário internacional, foi antecipado que tensões diplomáticas seriam ampliadas, especialmente com a China e a Índia, países que vinham desempenhando papéis ambíguos ao mesmo tempo em que mantinham relações comerciais com a Rússia e com o Ocidente. Foi considerado que tais Estados poderiam ser pressionados a ajustar suas políticas de cooperação, para evitar implicações secundárias das sanções. Ao mesmo tempo, foi esperado que Moscovo buscasse aprofundar sua dependência de aliados como o Irão e a Coreia do Norte.
Do ponto de vista interno, foi admitido que os efeitos sobre a economia russa não seriam imediatos, mas cumulativos. Foi salientado que o peso das sanções anteriores já vinha sendo sentido por cidadãos comuns, através da inflação, da escassez de produtos importados e da desvalorização da moeda. Com o novo pacote, foi previsto que maiores dificuldades de abastecimento e de acesso a tecnologias avançadas seriam registradas, comprometendo setores como o militar e o industrial.
Foi destacado, por especialistas, que o objetivo da União Europeia não era apenas enfraquecer a máquina de guerra russa, mas também enviar uma mensagem clara de determinação política. Foi reiterado que a continuidade da guerra não seria tolerada e que medidas adicionais poderiam ser concebidas caso a situação se agravasse. Assim, foi reafirmada a posição da União Europeia como ator central na resposta internacional ao conflito.
Em conclusão, foi observado que as sanções anunciadas no 19º pacote se inserem numa estratégia de longo prazo, em que a pressão econômica e diplomática é utilizada como ferramenta de contenção. Foi reforçado que, embora o impacto imediato seja limitado, os efeitos acumulados estão destinados a restringir gradualmente a capacidade da Rússia de sustentar a guerra. Foi demonstrado, dessa forma, que o esforço da União Europeia permanece alinhado ao apoio contínuo à Ucrânia e à defesa da ordem internacional.
O que inclui o novo pacote
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Designação de 118 embarcações russas como frota paralela (“shadow fleet”) ou facilitadoras, com proibição de resseguro dessas embarcações. CNN Brasil+1
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Medidas para combater esquemas russos de evasão financeira em países terceiros, inclusive uso de criptomoedas. CNN Brasil+1
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Alvo ao sistema de cartões de crédito russos MIR. CNN Brasil+1
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Inclusão de novos produtos químicos, componentes metálicos, sais e minérios nas proibições de exportação da UE. CNN Brasil+1
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Controles de exportação mais rigorosos para entidades da Rússia, China e Índia. CNN Brasil+1
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Sanções direcionadas a refinarias, empresas petroquímicas e intermediários que ajudam a Rússia contornar restrições. VEJA

